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Obesidade infantil: consumo de alimentos ultraprocessados comprometem a saúde de crianças e adolescentes

Obesidade infantil
No Brasil, 80% das crianças de até 5 anos têm alimentos como biscoitos e refrigerantes incluídos nas refeições

De acordo com uma pesquisa realizada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) estima-se que, em 2025, o número de crianças obesas no mundo chegue a 75 milhões. Diante de uma realidade tão complexa, junho é o mês de conscientização e prevenção à obesidade infantil, uma condição que tem crescido, nos últimos anos, de maneira alarmante.

 

A correria do dia a dia favorece uma alimentação de baixa qualidade com o consumo de alimentos pré-prontos ou ultraprocessados. De acordo com o médico pediatra neonatologista e professor do curso de Medicina da Uniderp, Walter Peres, uma dieta a base de salgadinhos, molhos industrializados, macarrão instantâneo, embutidos e refrigerantes, apresenta risco elevado à saúde, sendo, junto com a falta de exercícios físicos, passo importante para a obesidade.

 

Se nada for feito, a possibilidade de reverter essa situação no Brasil cai para 2% e, até 2030, o país ocupará a 5ª posição do ranking com mais crianças e adolescentes com obesidade, segundo o Atlas Mundial da Obesidade.

 

O pediatra enfatiza que a atenção deve ser redobrada se considerarmos o período pós-pandêmico que o mundo sofre atualmente. “É evidente o efeito provocado pela Covid-19 quando falamos desse tema. O aumento de sedentarismo e a falta de rotina estão inteiramente ligados e, junto à má alimentação, caminham para doenças sérias a curto ou longo prazo”, completa.

 

“A rotina alimentar ainda na primeira fase da vida é fundamental para se construir hábitos saudáveis ao longo da vida adulta. Não se trata de restrições excessivas, mas de educação alimentar e cuidados com a saúde de forma multidisciplinar para evitar síndromes metabólicas, diabetes, colesterol alto, gordura no fígado ou doença cardíaca precoce”, afirma o especialista.

 

Mudando o hábito

 

Trabalhar hábitos saudáveis dentro de casa não é tão simples, requer persistência e desistir no primeiro ‘não quero’ ou ‘não gosto’ está fora de cogitação. O primeiro passo é substituir os ultraprocessados, que contêm na formulação cinco ou mais ingredientes predominantemente artificiais.

 

Em seguida, aumentar o consumo de alimentos in natura que sejam ricos em nutrientes e proteínas como carnes frescas, ovos, frutas, legumes, verduras, também é válido aqueles minimamente processados no qual sofreram pequenos processos de limpeza, secagem e embalagem. “Envolver a criança no preparo da refeição é um passo para apresentar as diferentes opções de nutrientes que devem compor um prato saudável, bem como conhecer o gosto de cada um evitando a rejeição do alimento quando já posto à mesa”, aconselha Walter.

 

Segundo a OMS, é recomendado que adolescentes cumpram 60 minutos de atividade física diariamente, porém mais de 80% não atingem esse objetivo. “Além de ser uma opção para fugir das telas, exercícios e atividades variadas dentro e fora de casa como jogar bola, andar de bicicleta, pular corda, são alternativas recomendadas”, ressalta o professor da Uniderp.

 

É importante que os responsáveis busquem por um especialista, pois o tratamento de obesidade demanda tempo e é individualizado.

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