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Chegada do inverno aumenta risco de AVC

Chegada do inverno aumenta risco de AVC
Conheça os sintomas e entenda porquê o socorro imediato é crucial na diminuição de sequelas permanentes

A alteração do fluxo sanguíneo ao cérebro, resulta na falta de oxigênio e nutrientes. Essa ausência é o que provoca o Acidente Vascular Cerebral, popularmente chamado de derrame.

 

Segundo a Organização Mundial de AVC, 70 mil brasileiros morrem de AVC todos os anos. Junto com o câncer, ocupa o posto das doenças que mais matam e é a principal causa de incapacidade em adultos.

 

E por que será que a incidência de tal enfermidade é maior no frio? Médica neurologista e professora do curso de Medicina da Uniderp, Aline Marques da Silva Braga, explica que para manter a temperatura corpórea, os vasos reduzem seu calibre para evitar a perda de calor; ação essa que aumenta a pressão arterial sistêmica. Por isso há maior chance de ocorrer aumento da pressão arterial em dias mais frios e consequentemente AVC.

 

Manifestado de duas maneiras – isquêmica ou hemorrágica, o AVC merece atenção quanto aos sintomas para que se identifique rapidamente, uma vez que o tratamento deve ser imediato.

 

No AVC isquêmico, os vasos do cérebro se estreitam ou bloqueiam a passagem de sangue (isquemia). Ocorre, em geral, em pessoas mais velhas, com diabetes, colesterol elevado, hipertensão arterial, problemas vasculares e fumantes. “Os sintomas normalmente são: perda repentina da força muscular de um lado do corpo, ou da visão; dormência na face, braço ou perna de um lado do corpo; dificuldade de comunicação oral (fala arrastada) e de compreensão; tonturas; formigamento num dos lados do corpo”, detalha a neurologista.

 

No AVC hemorrágico ocorre sangramento em uma parte do cérebro em consequência ao rompimento de um vaso sanguíneo. Embora menos comum, costuma ser mais grave, podendo ocorrer em pessoas mais jovens. “Nesse caso, deve-se ficar atento a qualquer sinal de aumento da pressão intracraniana; dor de cabeça forte e repentina acompanhada de vômitos; e déficits neurológicos semelhantes aos provocados pelo acidente vascular isquêmico”, completa.

 

“Assim como nas doenças do sistema respiratório e cardiovasculares; excesso de peso, estresse, fumo, colesterol elevado e ingestão de álcool são fatores de risco e podem ser decisivos para o desencadeamento de um AVC, seja qual for a idade. Um caminho para prevenir o AVC está em não adotar os hábitos mencionados”, alerta Aline.

 

Ao identificar os sintomas, o que fazer?

 

“O tempo é o maior aliado nessa hora”, é o que destaca a especialista quando fala do socorro a pacientes com sintomas que apontam para um AVC. O tempo de atendimento é crucial para evitar sequelas. Dessa forma deve-se procurar rapidamente um hospital com serviço de neurologia.

 

No Brasil, o atendimento nos hospitais ocorre com a realização imediata de uma tomografia computadorizada de crânio e a administração de um medicamento específico para reduzir ou até evitar sequelas permanentes seguido de diversos exames. “O trombolítico dado na fase inicial dos sintomas apresenta boa eficácia levando a melhoria do paciente em boa parte dos casos. Atualmente a medicina já dispõe de recursos bem eficazes para enfrentar os AVCs, principalmente os isquêmicos, que representam cerca de 85% dos casos identificados nas unidades de saúde. Esses medicamentos ajudam a dissolver os coágulos que provocam entupimento dos vasos, visando reestabelecer o fluxo sanguíneo na região cerebral”.

Fonte: Camila Crepaldi 

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