Homem de 56 anos é investigado por estuprar a neta, de 11 anos, da ex-companheira no Jardim Macaúbas, em Campo Grande. A denúncia foi feita pela menina depois que ouviu a mãe falar o nome do homem, na noite desta terça-feira (19).
“A gente tava conversando sobre o novo namorado da minha mãe e acabamos falando o nome do ex dela, nisso minha filha começou a chorar e eu perguntei o motivo, então ela disse: ‘odeio ele, passava a mão em mim’. Eu fiquei em choque”, contou a mãe da vítima ao Campo Grande News. Ela não será identificada para proteger a identidade da menina.
Assustada com a informação, a mulher ligou para o irmão e contou o que havia acontecido, já que o sobrinho, de 6 anos, ficava sob cuidados da avó na mesma época. Na hora a criança contou que também era abusada, mas em depoimento especial, na manhã desta quarta-feira, na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), não foi constatado abuso.
Já a menina contou à polícia que foi estuprada pelo menos três vezes e que era sempre no único quarto que tinha televisão na casa da avó. Segundo o depoimento, os crimes aconteceram no primeiro semestre de 2021 e o então avôdrasto acariciava o corpo da vítima. Segundo ela, a avó sabia dos abusos e chegou a presenciar, mas ela não soube dizer se a avó era ameaçada para não contar nada.
Enquanto aguardava as crianças serem ouvidas, a mãe da menina contou que o suspeito tentou matar a avó das crianças esfaqueada, e esse teria sido o motivo do término do casal. “Ele tinha problema com bebida, uma vez brigou com o próprio filho e o rapaz chamou ele de estuprador, mas nunca descobrimos nada. A gente tentava alertar minha mãe, mas ela fica cega por homem e dizia que era tudo mentira”, explicou.
De acordo com a mulher, as crianças só ficavam na casa da avó porque ela e o irmão precisavam trabalhar e não tinham com quem deixar. “Imaginei que ela protegeria os netos. Meu irmão questionou ela ontem à noite e ela jurou de pé junto que não sabia de nada, mas acho que ela pode ter sido ameaçada para não contar e tinha medo, não sei. Ainda é tudo muito novo e também não sei porque minha filha não contou antes”, lamentou a mulher, aos prantos.
“Ouvimos as duas crianças hoje e agora o setor psicossocial tem cerca de uma semana para entregar os relatórios, depois de entregues vamos ouvir a avó e o suspeito dos abusos. Se for comprovado que a avó sabia dos crimes, ela pode responder por omissão ou até como cúmplice”, explicou a delegada Anne Karine Trevizan, titular da Depca e responsável pela investigação.
Fonte: Campo Grande News