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8 milhões de pessoas morrem em decorrência do tabagismo por ano, no mundo

cigarro
29 de agosto é o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Relatório recente da OMS preocupa e aponta que não existe nível seguro para consumo de cigarro

Epidemia mundial do tabagismo. É dessa forma que o relatório mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado no final do mês passado, classifica o hábito que é uma das principais causas de morte, doença e empobrecimento no mundo. O cigarro é a principal causa de morte evitável no mundo.

 

Segundo aponta o levantamento, mesmo diante de uma queda nos números, que equivale à redução de 300 milhões de fumantes em 15 anos, cerca de 8,7 milhões de pessoas morrem todos os anos por fumar e outras 1,3 milhão morrem por tabagismo passivo.

 

Em 29 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data visa sensibilizar a população sobre os prejuízos que o hábito provoca à saúde como a dependência da nicotina, presente em qualquer derivado do tabaco, seja cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo, cigarro de palha, fumo de rolo ou narguilé.

 

O médico pneumologista e professor do curso de Medicina da Uniderp, Henrique Brito, alerta que os malefícios do vício não atingem apenas a saúde. “O tabaco causa três tipos de dependência, sendo elas: a química, mais conhecida e ligada a nicotina que tem a função principal de viciar; a psicológica, ligada à dualidade de emoções, como uma fuga nos momentos triste ou felizes; e a dependência física, relacionada ao gestual e hábitos no cotidiano do usuário. A dependência nasce no campo psíquico e por isso está ligada às emoções”, ressalta.

 

Dentre os males causados pelo tabaco, o especialista destaca que o cigarro possui mais de 5000 substâncias que são liberadas pela combustão e está relacionado a 20 tipos ou subtipos de câncer, considerado um fator significante de risco pra doenças pulmonares, cardiovasculares, respiratórias e cerebrovasculares, dentre outras.

 

Desde 2009, a Anvisa não permite a venda, importação e propaganda de quaisquer tipos de cigarros eletrônicos no Brasil (RDC nº 46). Todos os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) que existem hoje no mercado são ilegais e frutos de contrabando. Eles apresentam sabores e aromas atraentes, e essas características passam a ideia de que o produto é inofensivo.

 

Brito destaca que os chamados “fumantes passivos” também podem desenvolver câncer e outras doenças respiratórias por conta do contato constante da fumaça proveniente do tabaco, já que inalar é tão prejudicial quanto tragar.

 

Como orientação para se livrar do vício, o especialista ressalta que o primeiro passo é ter consciência de que o tabagismo é uma doença e tem tratamento. Os passos seguintes envolvem compromisso para cumprir a meta de parar e caminhar rumo a uma vida com mais qualidade e longa. “O tratamento é possível independente da idade do paciente, do tempo de uso ou da quantidade que esse usuário utiliza por dia. Deve-se considerar três pilares como principais para o êxito no tratamento. O primeiro é a orientação do profissional de saúde com equipe que acolhe o doente apresentando os benefícios que ele terá ao parar de fumar. Esse acompanhamento deve envolver médico, enfermeiro, psicológico, nutricionista e fisioterapeuta. O segundo pilar é o uso de medicação indicada de acordo com o grau de dependência, na medida adequada para cada caso. Por fim, o terceiro é a prioridade definida pelo paciente. Se ele encara esse processo como primordial, motivado e seguindo as orientações médicas, ele terá sucesso no tratamento”, acrescenta o pneumologista.

Assim como o tratamento de qualquer patologia, nesse caso também é essencial o acompanhamento médico para que seja diagnosticado o grau de dependência e possíveis enfermidades provocadas pelo cigarro, bem como para a indicação do tratamento adequado e uso de medicamentos para o abandono do vício.

 

Fonte: Camila Crepaldi

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