A escassez de medicamentos persiste e a cada dia, um remédio novo entra na lista de produtos em falta. Em Campo Grande, por exemplo, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) conseguiu antibióticos nesta semana por meio de doação do Cosems (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso do Sul).
Na chegada da pandemia, no ano de 2020, faltaram medicamentos como dipirona e soro fisiológico, imprescindíveis para atendimento ambulatorial. Agora, a lista inclui cetoprofeno, diclofenaco, diazepan e analgésicos. Os medicamentos são anti-inflamatório, analgésico e antitérmico.
De acordo com o vice-presidente do CRF/MS (Conselho Regional de Farmácia), Renato Finotti Júnior, os motivos para a crise da falta de medicamentos são escassez de insumos e descontinuidade da produção por motivos comerciais.
“A gente vem torcendo para que se resolva o quanto antes, mas não tem uma previsão de resolução.”
Presidente do CRF/MS, Flávio Shinzato destaca que a chegada da pandemia do coronavírus levou a estoque de medicamentos pelos pacientes e também ao aumento da automedicação. Atualmente, a crise reflete fatores econômicos e a guerra na Ucrânia. O conflito bélico dificulta as importações e infla o valor dos insumos usados na fabricação dos medicamentos.
“A falta generalizada é sentida desde janeiro. Isso vai perpetrar por certo período, até o equilíbrio entre a produção e o comércio.”
De acordo com a Sesau, os antibióticos estão em falta no Brasil todo, mas esta semana, chegou remessa para atender a rede pública da Capital.
Doação – O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de MS articulou com a FURP (Fundação para o Remédio Popular) “Chopin Tavares de Lima”, a doação dos antibióticos amoxicilina e cefalexina.
O primeiro carregamento com 45.759 frascos de amoxicilina já chegou a MS para atender 72 municípios. Na próxima semana, está prevista a entrega de 24.100 frascos de cefalexina, que serão distribuídos a pacientes de 68 municípios.
A Fundação para o Remédio Popular é o laboratório farmacêutico oficial do governo de São Paulo.
De acordo com o presidente do Cosems/MS, Rogério Leite, a indústria justifica que a falta de medicamentos é provocada por problemas com insumos, aumento da demanda e falta de embalagem para distribuição dos medicamentos.
“Diante dessa situação, o Cosems fez trabalho de parceria com todos os municípios para que a gente possa ter os medicamentos e distribuir para que nenhuma cidade fique desabastecida.”
Escassez – Gerente da farmácia Mais Popular, Danilo Silva Moreira afirma que falta principalmente o antibiótico líquido, mais utilizado por crianças. Contudo, a escassez de medicamentos chega até às pastilhas para alívio da dor de garganta.
“De uns meses para cá, começaram a faltar alguns antibióticos, como novanox, amoxicilina clavulanato. Depois, o que a gente tinha em estoque zerou e não chegou mais. Hoje, praticamente todos os antibióticos líquidos estão em falta. Como tem muita criança com infecção de garganta, muitos pais ficam desesperados.”
A rede fez um pedido de 24 caixas de azitromicina líquida e aguarda a chegada da encomenda.
Em farmácia no Bairro São Lourenço em Campo Grande, só havia uma caixa de amoxicilina líquida para a venda nesta sexta-feira (dia 27).
Fonte: Campo Grande News