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Mães enfrentam desafios para realizar atividades na pandemia; conheça a história de três estudantes da UFPR

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O contexto da pandemia do novo coronavírus trouxe mudanças que vão muito além do uso de máscaras e distanciamento social. Conciliar vida familiar e profissional em um mesmo espaço físico tem sido um grande desafio neste período, especialmente para mulheres com filhos.

Três mães, estudantes de graduação e pós-graduação da Universidade Federal do Paraná, são exemplos de mulheres que tiveram a rotina completamente alterada. Com trajetórias distintas, carregam em comum a sobrecarga de demandas e a força para seguirem em busca de seus sonhos acadêmicos e profissionais.

Luta reconhecida

Desde o ensino médio, Helen Zeferino divide seu tempo entre os estudos e a maternidade. A rotina organizada ao longo dos anos foi abalada pela pandemia do novo coronavírus, e a aluna do curso de Licenciatura em Ciências Exatas, do Setor Palotina da UFPR, deparou-se com o desafio de cursar disciplinas remotas, cuidar do filho – portador do Transtorno do Espectro Autista (TEA) – e ainda auxiliá-lo, em casa, nas atividades escolares e de desenvolvimento.

Antes da pandemia, o pequeno de sete anos ficava com a babá no período noturno, enquanto Helen estava na universidade. A criança também frequentava a escola à tarde, momento em que a mãe encontrava tempo para se dedicar aos estudos e trabalhos. “Agora as tarefas aumentaram e sinto que o tempo disponível para realizá-las é menor”, conta Helen.

Helen, 21 anos, auxilia o filho nas atividades escolares e também se dedica aos estudos.

A acadêmica cursa disciplinas do período especial, ofertadas pela UFPR durante a pandemia, e integra o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). O pouco tempo livre atual é destinado ao pequeno de sete anos, com brincadeiras e descobertas.

A história de vida de Helen foi selecionada pelo prêmio “Viva O Seu Sonho: Educação e Treinamento”, que oferece apoio para mulheres que sejam mães estudantes, dando suporte para a futura entrada no mercado de trabalho. A acadêmica do Setor Palotina recebeu o incentivo de professoras da UFPR para participar da premiação concedida pela organização Soroptimist e conquistou o segundo lugar.

“Minha maior motivação é meu filho e a busca por um futuro melhor para nós. Quero aproveitar as oportunidades de aprendizado que a UFPR oferece”, ressalta.

Duas novas vidas na pandemia

Isabel Cá é estudante de Ciências Biológicas e mãe de gêmeos. Foto: arquivo pessoal

Em meio a uma das maiores pandemias mundiais, Isabel Cá se viu grávida de gêmeos e morando em um país estrangeiro. A insegurança foi um sentimento inevitável. A boa notícia é que os bebês completaram cinco meses no início do mês de março e todos estão bem de saúde, mesmo assim os desafios estão apenas no início.

A jovem chegou de Guiné Bissau em 2016 e, desde 2018, cursa Ciências Biológicas na UFPR. “Já estamos sozinhos no Brasil e, na pandemia, minha situação começou a piorar. Está muito puxado, eu cuido sozinha das crianças o dia todo e o pai ajuda à noite, após o trabalho”, relata.

“Estou sobrecarregada e não sei como vai ficar minha vida daqui para frente. Fiz algumas disciplinas remotas no início, mas estudar agora está difícil”, diz.

Apesar das dúvidas sobre o futuro, Isabel pretende encontrar apoio em breve para concluir a graduação. “Quero me formar e realizar esse sonho”

Sobrecarga do teletrabalho

Fernanda divide o tempo entre a filha Malu e os compromissos acadêmicos. Foto: arquivo pessoal

A pequena Malu estava há apenas um mês na escola quando a pandemia do novo coronavírus assolou o mundo. Toda a família precisou se adaptar. O lar passou a ser também ambiente de trabalho e de pesquisas.

Para a mãe da Malu, Fernanda Ribas Bohler, doutoranda em Sociologia na UFPR, o fato de estar em casa com a filha, 24 horas por dia, não foi suficiente para afastar o sentimento de culpa. Isso porque, mesmo com a pandemia, a pesquisa de Fernanda ganhou projeção em razão do tema – teletrabalho/home office – e a produção acadêmica foi até maior que em outros anos.

“Não foi fácil conciliar maternidade com os meus compromissos acadêmicos. Como minha pesquisa estava em destaque, senti que era hora de eu abdicar um pouco da maternidade para me dedicar quase que exclusivamente à produção acadêmica”, explica.

A doutoranda divide as responsabilidades e cuidados da filha com o companheiro – o casal realiza todas as atividades em casa. No final de 2020, chegou a abrir mão de fazer um artigo porque sentiu necessidade de cuidar da saúde mental e de ficar mais com a família.

De acordo com a pesquisadora, a modalidade de teletrabalho sobrecarrega mais as mulheres. “Ainda que hoje em dia alguns homens dividam as responsabilidades, estudos demonstram que, na maioria das vezes, as mulheres são cobradas de forma diferente e as tarefas domésticas ainda são tidas como responsabilidade feminina”, avalia. Ela também aponta outros fatores que influenciam, como a dupla jornada e a relação do tempo de trabalho e de não trabalho. “Na pandemia isso ficou ainda mais difícil de delimitar, pelo fato dos filhos estarem em casa, com a suspensão das aulas presenciais”.

Com a expectativa de um 2021 mais leve, ela e o companheiro definiram juntos outra rotina. “De manhã eu fico com a nossa filha e ele trabalha, no período da tarde a gente troca e de noite normalmente ficamos os três juntos. Agora, a Malu está com três anos, vai ficar em casa e espero que eu consiga conciliar melhor trabalho, casa, filha, família”.

Imagem de destaque: Alissa De Leva por Pixabay

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