O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) solidariza-se com o trabalhador rural que sofreu vários ferimentos graves e relatou o ataque de onça no Pantanal do Paiaguás em 28 de agosto de 2023. A equipe torce pela sua recuperação e fica à disposição para prestar apoio sobre a prevenção de outros casos.
Em razão desse registro relatado, neste material abaixo, os médicos veterinários do Programa Felinos Pantaneiros, mantido pelo IHP, procuram apontar diretrizes de atuação sobre a prevenção de ataques.
As onças-pintadas e onças pardas são animais selvagens e o contato direto delas com os seres humanos pode ocorrer, no caso de safáris pelo Pantanal, diante de medidas importantes de segurança para se evitar acidentes e que pessoas possam ficar feridas. A prioridade deve ser, sempre, a vida e a saúde das pessoas, com respeito ainda aos animais.
No caso dos pantaneiros e pantaneiras que vivem em áreas remotas e acabam ficando mais expostos por coexistirem no mesmo território desses animais, a prioridade deve ser sempre evitar o contato direto. Essa preocupação existe principalmente para garantir a segurança das pessoas, em especial de trabalhadores que acabam ficando mais expostos em áreas de campo.
Conforme estudos sobre o comportamento desses animais e conhecimento do campo de pantaneiros e pantaneiras, essas são regras importantes a seguir no caso de quem está na lida:
1 – Verifique com pessoas que conhecem a região se há avistamentos recentes de onça-pintada ou onça parda, em que locais eles ocorreram para se acender um alerta;
2 – Procure não andar sozinho e caso suspeitar de rastros que indiquem pegada de onça, faça barulho pelo caminho ou evite o trajeto;
3 – Se encontrar carcaça de animal morto, evite chegar perto, principalmente se não houver urubus presentes no local;
4 – Locais onde ocorrem a “ceva”, prática considerada crime pela legislação ambiental, devem ser evitados porque trazem grande risco de conflito com as onças, bem como denunciados à Polícia Militar Ambiental;
5 – Verifique pelo caminho que estiver possíveis rastros que onças deixam, como pegadas, se há mais de uma pegada, sugerindo mais de um indivíduo no local, ou até fezes, e se esses detalhes sinalizam serem frescos ou antigos;
6 – Caso encontrar com uma onça no trajeto, evite a aproximação e tente manter a maior distância possível até que o animal saia do contato visual;
7 – Se você estiver frente a frente com uma onça, não se vire e não corra – esse comportamento remete a de uma presa;
8 – Ainda no caso de estar frente a frente com uma onça, mantenha contato visual e procure distanciar-se andando para trás sem movimentos bruscos;
9 – Onças com filhotes tendem a ser mais defensivas, o mesmo ocorre quando estão em período de acasalamento – andam em dupla;
10 – Depois que a onça sair do contato visual, procure evitar o trajeto ou, se precisar seguir adiante, espere por um período médio para continuar o trajeto.
Estudos sugerem que ao primeiro contato desses animais com o ser humano, o comportamento considerado normal é que a espécie procura afastar-se. Casos de ataque são raros em registros oficiais, mas existem. A prioridade deve ser sempre a vida e a saúde das pessoas, por isso a prevenção é fundamental.
Para acionar socorro, a orientação é procurar os Bombeiros (193). A Polícia Militar Ambiental também pode atuar e dar suporte nesses casos. O IHP pode prestar apoio técnico, após o resgate da vítima. O contato é faleconosco@institutohomempantaneiro.org.br.