O Pantanal, um dos ecossistemas mais vastos e biodiversos do Brasil, enfrenta um futuro incerto com o registro de chuvas muito abaixo da média e um aumento alarmante no número de incêndios florestais neste ano, pondo em risco a fauna, a flora e as comunidades locais.
Dados recentes do Serviço Geológico Brasileiro indicam que a precipitação durante a temporada de chuvas 2023/2024 alcançou apenas 60% do esperado, com um déficit de 300 milímetros. A régua no Rio Paraguai, localizada em Ladário, mostrou uma subida de apenas 0,83 metros de janeiro a abril, uma marca consideravelmente mais baixa comparada aos anos anteriores.
A escassez de chuvas já tem consequências visíveis. “A seca severa está diretamente ligada ao aumento dos riscos de incêndio, que este ano já apresentam números preocupantes”, afirma Solange Ikeda, ecóloga e professora da Universidade do Estado de Mato Grosso. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), até abril, o Pantanal registrou 646 focos de calor — um salto de 1.033% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os especialistas preveem que a situação pode se agravar com a chegada do fenômeno La Niña, conhecido por diminuir as chuvas na região, o que pode exacerbar ainda mais a situação de seca e aumentar o risco de incêndios.
Agricultores locais reportam prejuízos significativos. Segundo eles , houveram ja grandes perdas de parte das plantações devido à seca. Especialistas e líderes comunitários enfatizam a necessidade urgente de ações preventivas e planejamento a longo prazo para combater os efeitos da seca e prevenir incêndios.
As autoridades e organizações ambientais estão sendo convocadas a intensificar suas estratégias de gestão do território, promovendo a conscientização e implementando medidas eficazes de combate e prevenção aos incêndios.