Oferecida gratuitamente pelo SUS, a vacina HPV quadrivalente foi ampliada e passa a ser aplicada em homens de até 45 anos com imunossupressão. O grupo inclui transplantados, pacientes oncológicos ou vivendo com HIV/aids.
Mas o que é essa doença HPV? HPV significa Papilomavirus Humano e pode ser dividido em cerca de 40 subtipos de vírus que contaminam a região genital. A transmissão pode ocorrer no contato pele a pele, seja por meio da penetração, sexo oral ou até toque das mãos diretamente na região íntima.
Danielle Scarpin, médica ginecologista e professora do curso de Medicina da Uniderp, explica que é preciso estar atento aos benefícios da vacina pois o vírus pode atacar o corpo de diversas maneiras. “Quem contrai o HPV muitas vezes não tem sintomas, porém alguns desses subtipos de vírus podem causar verrugas na região genital ou nas áreas cutâneas fora dessa região. Tumores malignos no colo do útero, na região anal e no pênis, além de câncer da orofaringe também podem se desenvolver por conta do vírus”, esclarece.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que haja de 9 a 10 milhões de infectados pelo vírus no Brasil. O risco de desenvolvimento de cânceres associados ao HPV é cerca de quatro vezes maior entre pessoas vivendo com HIV/Aids e transplantados do que na população sem a doença ou transplante. A vacina HPV age estimulando a produção de anticorpos, que protegem o organismo contra os principais tipos de vírus associados ao câncer.
“Não é o vírus diretamente que pode levar à morte, mas as doenças malignas causadas pela existência dele no organismo e a vacina é um fator predominante para inibir o aparecimento ou evolução de tais enfermidades”, alerta a médica.
Quem pode se vacinar
A vacina contra o HPV mostrou que é eficaz em reduzir o aparecimento de lesões que resultam no câncer do colo do útero. O esquema vacinal acontece com a aplicação de duas ou três doses, a depender da idade de início da vacinação, nos postos de saúde.
- Meninas de 9 a 14 anos;
- Meninos de 11 a 14 anos;
- Homens e mulheres imunossuprimidos, de 9 a 45 anos, que vivem com HIV/aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos.
A especialista lembra que, fora dessa faixa etária, homens e mulheres podem se vacinar no sistema privado. “Pela Anvisa, a vacina quadrivalente pode ser aplicada em mulheres entre 9 e 45 anos e homens entre 9 e 26 anos; a bivalente para mulheres entre 10 e 25 anos. Além da imunização, o acompanhamento médico e realização de exames preventivos pode salvar vidas”.
Existem testes genéticos que são capazes de detectar a presença do vírus HPV no organismo. Além desses, o papanicolau, para mulheres com mais de 25 anos, identifica as alterações nas células do colo do útero que podem indicar lesões pré-cancerosas. É um exame preventivo que contribui para o diagnóstico precoce do câncer. Ter o quadro clínico analisado por um profissional especializado na saúde do homem e da mulher, é fundamental para o combate ou prevenção de tais doenças”, completa a ginecologista.
Fonte: Camila Crepaldi